sábado, 26 de março de 2011

Trabalho
De
Geografia
Colégio Encanto Unid II
Componentes: Arthur lucas,Flavio Cristiano,Ian Nichola,Marco Antonio,Yuri Freire
Professor: Rafael
Serie: 1° Ano Ensino Medio
Data de Entrega: 25/03/2011

Situando o Brasil no sistema de comércio internacional                                         

     O entendimento do porquê o Brasil é fraco em âmbito mundial em termos econômicos, políticos, tecnológicos, entre outros, fica mais claro à medida em que lembramos de alguns aspectos históricos, culturais e conjunturais.
     Desde o nosso descobrimento até os dias atuais nos acostumamos a ser explorados e aceitarmos estes fatos com naturalidade e sem nenhum tipo de esforço para nos desvencilharmos ou de tirarmos um pouco de vantagem disto. Primeiro vieram os "pioneiros desbravadores" portugueses que fizeram uma grande varredura em nosso território, levando nosso ouro, nosso pau-brasil e nossos produtos agrícolas para a Europa, ficando com o dinheiro em Portugal e exterminando aos poucos com nossos índios. Depois vieram outros desbravadores, travaram algumas outras tantas batalhas, brigando por nossas riquezas naturais. Passaram-se os anos e após ter levado muito do que era de nossa terra ainda nos deixaram o embrião daquilo que hoje chamamos de dívida externa, com a Inglaterra, na "Independência" da República. Já existiam brasileiros naquela época e, no entanto, tudo foi aceito pacificamente, como se fosse algo normal e correto.
     No decorrer do século XX muitos fatos aconteciam ao redor do mundo e o Brasil veio se mostrando muito apático a tudo, demorando, inclusive, a manifestar-se a respeito da Segunda Guerra Mundial. Passando pela década de 40 e 50, o país continuou a ter uma posição neutra em relação a diversos acontecimentos ocorridos. No âmbito comercial, o Brasil começou a destacar-se por investir na indústria e por começar prospectar petróleo através uma companhia nacional (Petrobras).
     Quando chegaram os governos militares o afundamento em dívidas com credores internacionais se ampliou ainda mais, não havendo um bom planejamento e nem uma melhor projeção de futuro. O país se viu em uma estagnação e um fechamento ao mercado externo (tanto nas exportações - valorização do nosso mercado e do nosso produto - quanto nas importações - busca por tecnologia vinda de fora para forçar o desenvolvimento de tecnologia nacional) por muitos anos. Anos estes em que o Brasil só dizia "sim" a tudo o que se impunha a ele, não utilizando o direito que sempre teve negociar, discutir e/ou impor condições nos acordos em que participa ou participou. Por mais incrível que pareça, nosso país encontrou a sua abertura ao comércio internacional nas mãos do primeiro presidente de um país no mundo a ter o impeachment de seu mandato decretado. De lá para cá, a concorrência dos produtos estrangeiros com os produtos nacionais fez com que fossem realizados investimentos de empresas brasileiras e de empresas estrangeiras na pesquisa e desenvolvimento. Nosso país tornou-se um exportador de material pronto, não somente de produtos agrícolas e/ou de matérias-primas.
     Talvez seja por culpa deste histórico de submissão, que vemos as coisas acontecerem e o Brasil não se posicionar a respeito, não colocar todo o poder que nossos governantes têm de pedir votos para entrar em consenso e realocar os esforços para o desenvolvimento econômico e comercial de nosso país, participando ativamente das negociações com os blocos econômicos que existem no mundo. Não é esperando que as decisões sejam tomadas pelos outros e tomando decisões contrárias à participação destes blocos é que o Brasil se tornará uma grande potência produtora e exportadora. Não devemos discutir se o Brasil deve entrar ou não em um bloco como a ALCA, o que devemos fazer é discutir formas de o Brasil entrar na ALCA assumindo o papel de maior potência da América do Sul. Devemos estudar o benefícios e os malefícios que viram com a ALCA. Nos benefícios, o principal, é os explorarmos ao máximo para alavancarmos nosso país. Nos malefícios, devemos utilizar nossa melhor capacidade de negociação para driblar estes percalços e tirarmos as lições necessárias para que em possíveis novas situações, termos o antídoto para estes problemas.
     Atualmente, o Brasil, vem sendo cortejado pela União Européia, para fazer uma forte negociação com relação às trocas entre os países parte do bloco e nosso país, pelos americanos, para que seja adiantada a implantação e efetivo funcionamento da ALCA, pela Comunidade Andina de Nações, para renegociar alguns itens de interesse comum e entre os próprio parceiros do Mercosul, para que sejam ajustados alguns detalhes e desentendimentos (conflitos de interesse) entre os componentes do bloco. Com tudo isto, por vezes, o Brasil dá impressões de ficar esperando que os outros países tomem as decisões, para, após isto, ele aceitar o que foi proposto pelos outros. Isto não é postura para um país com as dimensões e com o mercado que tem, como o nosso. É claro que radicalismo não leva a nada, mas não se fala em radicalismo e sim de um posicionamento mais firme, de igual para igual, pensar grande. Pensar como um grande país produtor de matérias-primas e de produtos industrializados, de um país que tem uma das maiores economias do mundo (mesmo que tenha todas estas diferenças sociais conhecidas) e que tem um potencial de crescimento enorme.
     O que deve ser sempre lembrado, é que não se pode esperar tudo de um governo ou de nossos legisladores. Devemos é fazer valer nosso direto de liberdade de expressão e fazer com que mais empresários, estudantes universitários e outros formadores de opinião tomem posição quanto à situação econômica e política de nosso país para que esses importantes aspectos, que influenciam a vida da população de modo geral, sejam otimizados desde a criação das leis e acordos até a sua implantação e operacionalização. A partir disso possivelmente teremos uma maior crença de que se os dois aspectos comentados acima funcionam internamente no Brasil, também funcionarão em âmbito externo, com os acordos econômicos com outros países ou blocos. Se fala nos aspectos econômicos e políticos, porque nos diversos tipos de acordos com outros países, negocia-se vários pontos, tudo isto sob muita influência política.
     Portanto, o empresariado brasileiro deve, cada vez mais, realizar suas alianças estratégicas, para obter maior poder de barganha em âmbito interno e, por conseqüência, galgar melhores posições naquilo que lhes é de interesse também no mercado externo. Isto tudo acaba sendo, inclusive, um grande aprendizado para os nossos legisladores, pois a grande maioria não está preparada para trabalhar com assuntos ligados a área externa, não convive com os mercados e não conhece os reais interesses e necessidades do empresariado brasileiro nos mais diversos ramos de atividades.
     A participação do Brasil na ALCA será um passo importante na impulsão econômica do nosso país, para que isso realmente ocorra, é de vital importância que se discuta não a participação do Brasil neste bloco, mas sim as condições que os demais países (leia-se EUA) querem nos impor. Um posicionamento enérgico e uma união de esforços nos estudos econômicos, políticos, sociais, ambientais, entre outros, que terão efeito direto sobre a população, são extremamente necessários para que se tenha êxito.

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