sábado, 26 de março de 2011

ENCANTO UNIDADE II

TRABALHO DE GEOGRAFIA
TEMA: Geografia do Poder Mundial

PROFESSOR: RAFAEL

ALUNOS: BEATRIZ MAURICIO DA SILVA
WILMA KAMILA FERREIRA DE MORAIS
ZACARIAS JOSE DE MELO NETO

NATAL
2011

INTRODUÇÃO
O texto que se segue contém uma discussão acerca do conceito de “poder mundial”, apoiada numa série de exemplos históricos, e também uma apre- sentação sucinta da disciplina “Geopolítica”, trazendo informações a respeito dos seus principais idealizadores, e das teorias que lhes são correspondentes. Não se trata, como se verá, de um conhecimento trivial. Nem muito menos, de algo corriqueiramente exigido nos exames vestibulares. Assim, para os mais apressados, e desinteressados, poderá parecer constituir-se em material abso- lutamente dispensável. Mas para aqueles estudantes mais curiosos, e inconformados com o nível habitual de explicação dos fenômenos políticos contemporâneos, em especial dos conflitos, trabalhar este texto poderá trazer algumas compensações: talvez eles se surpreendam ao verificar como a His- tória torna-se muito mais fácil de ser compreendida, a partir da utilização dos conceitos oriundos do pensamento estratégico. E talvez venham a se surpre- ender ainda mais, com a capacidade da Geopolítica de “prever os conflitos futuros”, característica esta que acabaria lhe valendo o apelido de “ciência demoníaca”, juízo este utilizado tanto por detratores, como poradmiradores da nova disciplina. De fato, muitas vezes, parece que as guerras são mero resultado das teo- rias geopolíticas. Outras vezes, ao contrário, é como se as teorias geopolíticas fossem conseqüência das guerras. Este paradoxo precisa ser esclarecido, e é o que tentaremos fazer neste texto. Mais ainda, a intenção final do mesmo é contribuir para que os estudantes venham a desenvolver a habilidade deracio- cinar geopoliticamente, isto é, tornem-se capazes de estabelecer correlações políticas entre os lugares, nas mais variadas escalas. Para tanto, é preciso reconhecer que o elemento-chave para a análise é oEstado, que se expressa como “um pedaço de humanidade e um pedaço de Terra“, segundo Friedrich Ratzel. De outra parte, porém, é forçoso admitir que a crescente pressão sobre os recursos naturais, e a intensificação das trocas de bens, capitais e serviços, vem ensejando o surgimento de organizações supra-estatais – os chamados “blocos de países” –, o que muitas vezes ocasiona uma colisão com as estru- turas jurídico-espaciais anteriores. Em outras situações, no entanto, estas novas barreiras inter-blocos podem ser vistas como espécies de freios à globa- lização, (seria este o caso da União Européia?); e em outras ainda, o naciona- lismo, contraditoriamente, pode servir como um estímulo à penetração dos interesses do capital internacional, o que se viu aliás, nas recentes desintegra- ções da União Soviética, Iugoslávia e Tchecoeslováquia. De qualquer modo, independentemente das variadas formas que o fenô- meno pode assumir, a questão de fundo é a da eterna luta pelo “poder” (isto é, pela capacidade de controlar espaços e homens, o que nos remete àpolítica), poder este que, no caso, está “limitado”, isto é, referido, ao planeta “Terra” (Gea para os gregos, e que vulgarmente era confundido com a noção demun- do, à época do Renascimento). Por isso mesmo, a melhor forma de examiná- lo é através da “geopolítica do poder mundial”
É por essa razão que o estudo da distribuição do poder político mundial tornou-se tão importante hoje em dia. Conhecer as razões que levaram a ta- manha discrepância de poder entre os Estados, e entre as várias regiões em que se pode dividir o espaço geográfico planetário, apresenta-se como pré- condição para imaginarmos uma alternativa que de um lado, possa conduzir a uma divisão mais justa do poder e da riqueza mundiais, e de outro, não neces- site do recurso à guerra para se alcançar tal objetivo. Portanto, a Geopolítica, como disciplina que se propõe a compreender “o poderdo espaço”, e a Geohistória das Relações Internacionais, que analisa as transformações do “poderno espaço” apresentam-se como as duas ferramentas indispensáveis para que se possa obter uma visão mais clara e mais precisa acerca do “aqui” e do “agora” que estamos vivendo. Neste estudo, trataremos inicialmente de apresentar as teorias e temas bá- sicos da Geopolítica, contextualizando o período histórico e a posição ideoló- gica e política dos principais autores. Em seguida, discutiremos o surgimento e a evolução do “poder mundial”, enquanto conceito, e como realidade, ob- servando de modo panorâmico, a situação geopolítica contemporânea dos vários continentes. Neste ponto, uma reflexão sobre o significado dos atuais “blocos geoeconômicos” poderá ser bastante útil, a fim de julgarmos, em termos geoestratégicos, se estas novas formas de organização do espaço ten- dem realmente a substituir o Estado, ou ao contrário, a se transformarem elas próprias em novos Estados, no futuro. Para concluir, procuraremos avaliar os principais condicionamentos e possibilidades do“espaço e poder mundiais”, relacionados ao Brasil. Antes de encerrarmos esta introdução, seria conveniente reafirmarmos que, na perspectiva teórica aqui adotada, o mero reconhecimento doslugares cons- titui em si mesmo um saber “geopolítico”, ao menos de forma embrionária. Isto porque quem individualiza um espaço, sempre o faz com alguma inten- ção ou sob alguma influência política.Desde esse ponto de vista, tal saber antecede ao surgimento de um poder que se possa chamar convenientemente de “mundial”, algo que só se torna justificável a partir da “Era dos Descobri- mentos”, iniciada no século XV. Em contrapartida, a disciplina “Geopolítica” só aparecerá como “ciência sistemática”, pesquisada e ensinada nas Universi- dades, após sucessivos choques entre as grandes potências em torno do “po- der mundial”. Tal situação é característica da virada do século XIX para o XX, quando só então disseminou-se a consciência do valor estratégico da Geogra- fia para a construção de projetos que visassem modificar a distribuição do poder mundial. Assim, quando parecia que a Geografia havia encerrado sua contribuição, ao revelar a face da Terra para o Homem, uma nova onda de acontecimentos viria renovar o interesse pela “bela ciência”: de um lado, a grande indústria com sua avidez por minérios, chamava a atenção para as pesquisas do subsolo; de outro, a falta de “vazios a explorar” indicava um acirramento de ânimos em torno das questões de fronteiras. Estavam assenta- das assim, as duas premissas básicas que faltavam para que a Geopolítica se tornasse, daí por diante, inseparável da política de poder dasgrandes, e até mesmo das pequenas potências.
GEOPOLÍTICA
Embora o termo “Geopolítica” tenha sido pronunciado pela primeira vez no ano de 1899,numa Conferência proferida pelo geógrafo sueco Rudolph Kjéllen, seu significado já havia sido explorado anteriormente por vários pen- sadores que alertaram para a influência do meio geográfico na organização e mesmo no caráter das sociedades. Na Grécia clássica, Aristóteles (384-322 a.C.) assinalou com freqüência a dependência da Ciência Política em relação à Geografia. Depois dele, Estrabão (63 a.C.-21 d.C.), considerado por muitos como o “pai” da Geografia Humana, escreveria boa parte de sua obra com o intuito de influenciar o processo de tomada de decisões dos governantes de suapolis. Mais tarde, durante a Idade Média, Alberto Magno (1206-1280) sobressaiu-se por sua vez, através dos seus extensos conhecimentos geográfi- cos, chegando a profetizar de forma surpreendente, a construção do Canal de Suez. Finalmente, já na Era Moderna, Montesquieu (1689-1755), talvez o pensador político mais influente da escola “iluminista”, não deixou dúvidas sobre sua crença em torno da influência do clima no comportamento humano, argumentando que nas regiões mais quentes, o calor tendia a produzir um estado de torpor que tornava os povos tropicais mais indolentes, e menos aptos ao trabalho duro, do que os habitantes das zonas mais frias. Muitos outros pensadores poderiam ser colocados aolado dos nomes acima mencionados, formando uma extensa galeria dos, por assim dizer, “geopolíticos sem carteirinha”. Eram eles os precursores da Geopolítica, só que não atendiam pelo nome de “geopolíticos”, algo que só começou a ocor- rer nas primeiras décadas do século XX quando, como já vimos, a disciplina passou a ser ensinada em Universidades. Foram, além disso, poucos os países a adotar e desenvolver esse novo ramo da Geografia nos seus primórdios: Suécia, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra e Japão. Na França, desde o princípio, o pensamento geopolítico foi mal recebido, de um lado porque foi considerado metodologicamente equivocado, ao dar um peso excessivo às influências do meio sobre o desenvolvimento das sociedades. De outro, por- que no plano político, ao interpretarem a si mesmos como um “povo sem espaço” que necessitava alargar seu “espaço vital”, os geopolíticos alemães não deixaram dúvidas a respeito das pretensões expansionistas do Estado germânico. A França, principal vizinha da Alemanha, tinha razão, portanto, em ver na nova disciplina, uma ameaça à sua integridade territorial. É preciso lembrar, além disso, que desde 1870 o relacionamento entre os dois povos estava abalado pela guerra em que os prussianos liderados por Bismarck, haviam derrotado e humilhado os franceses comandados pelo Im- perador Napoleão III. Dessa forma, é forçoso reconhecer que o surgimento da Geopolítica como pretensa “ciência que trata da dependência dos aconteci- mentos políticos em relação ao solo”, como a definia a escola alemã, guarda estreita correspondência com a passagem do capitalismo à sua fase monopolista, quer dizer, quando o fenômeno da grande indústria forjou a formação das grandes empresas que hoje chamamos de “multinacionais”, e quando os pou- cos Estados industrializados, partiram febrilmente em busca de novos merca- dos e fontes de matérias-primas consubstanciando um novo tipo de colonialismo, apropriadamente denominado de “imperialismo”. Esta denominação é interessante e se justifica de uma dupla maneira: em primeiro lugar remete à história dos antigos Impérios, em cujo interior vários povos de origens culturais diferentes encontravam-se submetidos a um co- mando centralizado, o que revela uma forma de poder de tipo antinacional. Em segundo lugar, paradoxalmente, ela não deixa de sugerir a própria exacer- bação do nacionalismo, o que de fato existia, na medida em que a concorrên- cia entre as empresas vinha sendo transferida para o âmbito do sistema de Estados, pois os mercados nacionais já se mostravam pequenos para as ambi- ções do grande capital. De alguma maneira, o que o pensamento geopolítico preconizava era a “exportação” da influência de um Estado, quer para a sua vizinhança imediata, quer para áreas bem mais longínquas. A seguir, apresentaremos um breve resumo das principais idéias e dos principais autores da Geopolítica, e entre as lacunas que, inevitavelmente po- derão ser apontadas, duas ausências no caso se justificam: a dos pensadores franceses, porque recusaram-se coletivamente a reconhecerem-se como “geopolíticos”, e a dos autores japoneses, que apesar de terem no conde Komura um expoente reconhecido, não tiveram suas obras divulgadas no Ocidente. Algumas idéias destes últimos foram absorvidas e transmitidas pelo general Haushofer, um admirador explícito das doutrinas e levantamentos realizados pelos geopolíticos japoneses, e por sua vez, ele próprio um autor de grande prestígio no Japão.
BIBLIOGRAFIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário