sábado, 26 de março de 2011

Trabalho
De
Geografia
1° ano
Alunas: Thaayse Machado
Professor: Rafael
O Brasil no Sistema Internacional

Na economia globalizada, um dos objetivos dos países centrais e dos organismos financeiros é fazer com que os países periféricos economizem dinheiro para pagamento dos juros da divida externa. Para isso, é recomendada a privatização de empresas estatais, a desregulamentação da economia, a liberalização da entrada de investimentos e a redução da inflação, além de medidas como austeridade fiscal, que equivale a medidas para gastar menos do que é arrecadado, adoção de regime do cambio flutuante, que possibilita manter as taxas de cambio em níveis competitivos, permitindo a obtenção de elevados saldos comerciais, e a elevação do superávit primário, que era o resultado positivo das contas publicas (receitas menos despesas), decorrente da arrecadação do governo. Essa medida é importante para manter a divida publica sob controle, com a finalidade de honrar os compromissos com os credores e, em longo prazo reduzir a divida.
Os elementos mais significativos da postura internacional do Brasil poderiam ser atualmente caracterizados pelos seguintes processos: redefinição das prioridades externas, com afirmação da vocação regional — processo de integração sub-regional no Mercosul e de construção de um espaço econômico na América do Sul —, opção por uma maior inserção internacional e aceitação consciente da interdependência — em contraste com  a  experiência  anterior  de  busca  da  autonomia  nacional —,  com  a  continuidade  da abertura econômica e da liberalização comercial, no quadro de processos de reconversão e de  adaptação  aos  desafios  da  globalização.  A diplomacia passa a apresentar múltiplas facetas, que não exclusivamente à de tipo bilateral ou aquelas de ordem estritamente profissional corporativa: são elas a regional, a multilateral (principalmente no âmbito da OMC) e a presidencial.
A política externa brasileira, desde os anos 50 pelo menos, foi basicamente uma política econômica externa, mesmo se problemas de ordem regional (rivalidade com a Argentina), de tipo político-ideológico (desafio insurrecional segundo o modelo “castrista”) ou de cunho social-humanista (direitos humanos, por exemplo) ocuparam frações significativas da agenda diplomática em momentos determinados desse período.  Sem praticamente nenhum tipo de exceção, todas as grandes questões de política interna do País — industrialização, capital estrangeiro, política energética e de “segurança nacional” (começando pelo petróleo, passando pelo programa nuclear e chegando à política de informática), modernização tecnológica etc. — são também, e antes de tudo, questões de política externa da Nação.

São essas as questões — acrescidas de algumas outras que delas derivam: dívida externa, meio ambiente, exportações de artigos militares etc. — que estão no centro das relações internacionais do Brasil contemporâneo e que, como tais, devem conformar o próprio “menu”  de  um  estudo  global  das  relações  internacionais  do  País.  Uma  outra questão, mais  recente, mas  que  faz  parte igualmente  da agenda econômica “externa”  da Nação, veio a elas se juntar em  forma permanente: a política de integração  regional, em especial o processo de constituição de um mercado comum no cone sul americano.
Assim como a industrialização e a modernização econômica do País foram perseguidas de maneira persistente, desde longas décadas, pela sociedade em seu conjunto, a integração regional passa a fazer parte do horizonte histórico futuro da nacionalidade. Num mundo em rápida mutação, com cenários geopolíticos e geoeconômicos ainda não totalmente claros, a opção de política regional adotada pelo Brasil passa a conformar um dos pontos mais importantes de sua agenda internacional. Como tal, essa questão deve figurar em posição de destaque em qualquer estudo que se empreenda, doravante, sobre as relações internacionais do Brasil. Nova fase de inserção econômica internacional, com a redefinição de algumas linhas de sua política externa (integração sub-regional), se define no bojo da terceira fase da globalização capitalista, que corresponde igualmente a um processo de grandes transformações na economia e na sociedade brasileiras.
Finalmente, nenhum estudo das relações internacionais do Brasil poderia descurar a perspectiva propriamente globalizante — e “primariamente” comparatista — consistindo em pensar sua inserção num sistema internacional cujas bases de funcionamento estão em processo de transformação acelerada. Não está ainda totalmente claro que estrutura de tomada de decisões políticas, em nível mundial, e que conformação precisa, em termos de sistema hierarquizado (ainda que segundo novos princípios), terá a ordem emergente atualmente, que passa a substituir o cenário bipolarizado enterrado ao mesmo tempo em que se cobre de terra o caixão do socialismo mundial.
Em todo caso, essa “nova ordem” já não mais consistirá, apenas, de duas superpotências, algumas potências médias e vários Estados “emergentes”. Os fenômenos de “globalização” — não apenas restrito à internacionalização dos circuitos produtivos — e de “regionalização” — com a formação de blocos econômicos e políticos em diversas regiões do planeta — prometem introduzir novas variantes nos modelos até aqui conhecidos de sistema internacional, tais como referidos anteriormente: o modelo dos impérios universais, o das cidades-Estado comerciais e o moderno sistema de Estados.  O cenário histórico futuro indica, previsivelmente, que o estudo das relações internacionais de um País como o Brasil terá de trabalhar, durante um  certo  tempo  ainda,  com  os  conceitos  de  “Estado periférico” e de “potência média”. Ainda assim, o padrão de relacionamento de um Estado desse tipo com os atores principais do sistema internacional, bem como o peso específico de nações “periféricas” na estrutura do poder mundial sofrerão mudanças significativas em direção do horizonte 2000. Nesse sentido, uma reflexão comparada sobre as tendências de desenvolvimento dos Estados médios, com base nos elementos de análise já disponíveis, poderá contribuir a uma melhor compreensão da agenda diplomática de um país-continente como o Brasil.

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