quinta-feira, 29 de março de 2012

A Origem do Homem


A cronologia da origem do homem e sua evolução não é precisa. Existem numerosas classificações, muitas vezes contraditórias, pois ainda há várias lacunas importantes.  
De um modo geral, podemos dizer que um tronco comum deu origem aos grandes macacos ou antropóides (Pongidae) e aos humanos (Hominidae). Em algum momento, essas duas famílias se formaram e evoluíram em sentidos diferentes: os Pongidae assumiram as formas do gorila, do chimpanzé, do orangotango e do gibão atuais, enquanto os Hominidae passaram por várias transformações, até chegar ao Homo sapiens sapiens.  

O Australopithecus  

Os hominídeos ou homínidas são classificados em dois gêneros. O primeiro é o Australopithecus (do latim australis = meridional + o grego pithecos = macaco), que apresentava características físicas ainda distantes do homem atual. O segundo é o gênero Homo, ao qual pertencemos. Não se sabe se o Homo evoluiu do Australopithecus ou se ambos são gêneros independentes, ligados a um ancestral comum. Mas tudo indica que os primeiros hominídeos viveram na Africa Sul-Oriental.
Há três espécies conhecidas de australopitecos. O Australopithecus aferensis é o mais antigo, tendo vivido cerca de 3 milhões de anos atrás. Já o Australopithecus africanus e o Australopithecus robustus existiram respectivamente até 1,5 e 1 milhão de anos antes de nossa era, sendo que o A. africanus pode ter dado origem ao gênero Homo. Essas três espécies são claramente diferenciadas dos Pongidae porque, apesar de sua pequena ca4acidade craniana (400 cm3 para o A. aferensis e 500 cm para os outros), tinham postura bípede e não possuíam as grandes presas (dentes caninos) existentes nos antropóides.
Crânio de um Astralopithecus ancestrau do homemCrânio de um Astralopithecus, encontrado na África do Sul

Homo habílis

Há cerca de 2 milhões de anos — sendo portanto a espécie posterior à origem do homem, contemporânea do Australopithecus africanus e do Australopithecus robustus — surgiu a primeira espécie do gênero Homo: o Homo habilis, assim chamado por sua capacidade de utilizar, pela primeira vez, pedras cortantes ou aguçadas para quebrar invólucros de sementes, cavar a terra em busca de raízes ou esquartejar animais. Seu volume craniano variava entre 650 e 800 cm3. Além disso, tinha uma postura menos curvada que a dos australopitecos.

Homo erectus

Cerca de 1,5 milhão de anos atrás, o Homo habilis, até então restrito à Africa, deu origem a uma espécie que se disseminaria pela Ásia e Europa: o Homo erectus. Este, além de demonstrar uma notável evolução no uso de utensílios de pedra (facas, machados, raspadores), deve ter iniciado a linguagem falada e, há cerca de 500000 anos, começado a abrigar-se em cavernas e a produzir fogo. No aspecto físico, o Homo erectus não ultrapassava 1,5m de altura; tinha a arcada superciliar saliente e uma mandíbula maciça, desprovida de queixo. A cabeça articulava-se com a coluna vertebral de modo a ficar ligeiramente projetada para a frente.
Além dos muitos fósseis de Homo erectus encontrados na Africa, descobriram-se outros, ligeiramente diferenciados, na Ásia e na Europa. São eles o Javantropo, o Sinantropo e o Paleantropo (do grego anthropos = homem), localizados respectivamente na Ilha de Java (Indonésia), perto de Pequim (China) e em Heidelberg (Alemanha). Os três foram classificados como subespécies do Homo erectus e receberam, em complementação, as denominações javanensis, pekinensis e heidelbergensis.
Uma das origens do homem, o Sinantropo e a JavantropoReconstituição de dois antepassados do Homo sapiens. Da esquerda para a direita; o Sinantropo e a Javantropo.
Aproximadamente em 300000 a.C., o Piorno erectus começou a sofrer transformações que iriam resultar na espécie à qual pertencemos: o Homo sapiens.

Homem de Neanderthal

Restos da subespécie mais antiga do Horno sapiens foram descobertos pela primeira vez no vale (em alemão = thal) do Rio Neander, na Alemanha; daí terem recebido o nome científico de Homo sapiens neanderthalensis. Exemplares semelhantes seriam depois encontrados na França, Iugoslávia, Palestina e Africa do Norte.
A estatura do homem de Neanderthal era pouco superior a 1 ,5m. Seu crânio apresentava-se levemente achatado no occipital, com a testa bastante inclinada para trás, maxilares robustos e queixo pouco pronunciado. A arcada superciliar era menos saliente que nas espécies precedentes.
Os neandertalenses caçavam em grupo e abrigavam-se do frio em cavernas. Viveram entre 120 000 e 35 000 a.C. As razões de seu desaparecimento não são claras, mas muitos devem ter-se miscigenado ou sido exterminados pela segunda e mais evoluída subespécie do Piorno sapieM, denominada cientificamente Homo sapiens sapiens — ou seja, o homem atual.
A oigem deslocamento do homem na pré-históriaO mapa indica o processo migratório do homem em direção a outros continentes, a partir da África.

Homo sapiens sapiens

O Horno sapiens sapiens surgiu por volta de 40000 a.C. Os primeiros espécimes estudados foram descobertos em uma localidade do Sul da França; daí serem designados pelo nome de homem de Cro-Magnon. Eram mais altos que os neandertalenses e tinham traços fisionômicos menos pesados, com o crânio alongado, a fronte ampla e o queixo arredondado.
O Horno sapiens sapiens substituiu o homem de Neanderthal e, por volta de 25000 a.C., espalhou-se pela Terra. Coube a ele aperfeiçoar as técnicas de obtenção de alimentos, ampliar as formas de organização social, estruturar a religião e produzir manifestações artísticas. E, com o passar do tempo, o Horno sapiens sapiens deu origem às raças humanas.
Atualmente, muitos estudiosos evitam utilizar o termo raça para designar um grupo humano com determinado fenótipo; em seu lugar, preferem a palavra etnia. O motivo para essa rejeição é sobretudo ideológico, devido à conotação negativa de “raça’ com “racismo” (atitude anticientífica baseada na pretensa superioridade de certas raças sobre as demais).
Ora, como o conceito de etnia envolve também peculiaridades culturais, é difícil deixar de usar a palavra raça quando se levam em conta as características estritamente físicas dos grupos humanos (cor da pele e dos olhos, estatura, formato do crânio e do rosto, tipos de nariz e cabelo etc.). Más, tais características são estudadas pela Antropologia Física, cabendo à Antropologia Cultural a realização dos estudos etnográficos e etnológicos.
Acredita-se que as raças humanas atuais tenham resultado da fixação de certos grupos em áreas específicas, a cujo meio se adaptaram. Nesse caso, como a procriação se processou dentro de um universo restrito, acentuaram-se determinados traços físicos, diferenciando um grupo de outro. E óbvio que tais diferenças não implicam qualquer idéia de superioridade ou inferioridade entre esses grupos.

Chegada do Homem na América


A provável maneira de como o homem chegou ao Novo Mundo foi vindo da Sibéria pouco antes de 20.000 a. C., quando o nível do mar baixou e o Estreito de Bering era terra firme. Após milhares de anos caçando e colhendo plantas silvestres como seminômades, índios em terras andinas na América Central experimentaram a agricultura (7000 a. C.).
Provável rota da chegada do homem na América
Este estágio de desenvolvimento foi o ponto de partida para que comunidades fossem desfragmentadas, dando origens a novas tribos nos mais diversos locais da América.
Alguns povos que se concentravam principalmente nos atuais países do México e Peru, alcançaram o civilização com o surgimento de Estados, populações de dezenas de milhares, hierarquia de classes sociais, organização pública de serviços, clero profissional e especialistas de todos os trabalhos, desde manufatura até comércio, administração e governo.
Quanto as tribos que se encontravam em áreas desérticas, frias e regiões que não estimulavam o extrativismo e, posteriormente, a agricultura, praticavam a caça e tímida coleta dos escassos recursos naturais como maneira de sobrevivência.
No ambiente de agricultura limitada da Floresta Amazônica, nasceu uma frágil civilização em povoamentos densamente habitados nas margens de rios, alimentando-se de peixes, tartarugas e do cultivo da mandioca brava. Essas tribos habitavam, em sua maioria, o território atualmente nacional. 

As tribos brasileiras

Existem estimativas de que a população indígena no Brasil até a chegada dos portugueses era de mais de um milhão de nativos, distribuídos em diversos grupos, como veremos a seguir.
Um dos mais importantes grupos indígenas era o dos tupinambás, de tronco de língua tupi, habitavam olitoral, da Bahia ao Rio de Janeiro, e que mais tarde migraram para o norte. A guerra era a atividade mais importante dos tupinambás, que a exerciam constantemente contra outros grupos indígenas e, posteriormente, contra os portugueses. Praticavam o canibalismo como um ritual, pois acreditavam que se comessem a carne de uma valente guerreiro adquiririam suas qualidades.
Outro importante grupo era o dos tupiniquins, também pertencente ao ramo dos indígenas de fala tupi. Também habitavam o litoral da Bahia e parte do Espírito Santo.
Os tamoios, também do grupo tupi, eram inimigos dos tupiniquins.
Existiam vários outros pequenos grupos, como carajás, caetés etc. Atualmente calcula-se que todas essas tribos estão reduzidas a cerca de 100 ou 200 mil nativos no máximo. 


Questões PRE-HISTÓRIA


Questões:


01. Sobre o surgimento da agricultura e seu uso intensivo pelo homem, pode-se afirmar que:

a) foi posterior, no tempo, ao aparecimento do Estado e da escrita;

b) ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia) e daí se difundiu para a Ásia (Índia e China),
Europa e, a partir desta, para a América;

c) como tantas outras invenções, teve origem na China, de onde se difundiu até atingir a Europa e, por
último, a América;

d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Índia e China) e na
América (México e Peru);

e) de todas as invenções fundamentais, a metalurgia e o comércio foram as que menos contribuíram para o
ulterior progresso material do homem.


02. Estabeleça a relação entre as revoluções do Período Neolítico e o surgimento do modo de produção
asiático.


03.
"De um estado de barbárie homogêneo e mais ou menos estático, vai nascer a complexidade de
aspectos do mundo moderno. Esta transformação, de consideráveis conseqüências, foi
extraordinariamente rápida e começou durante o quarto milênio a. C. Longe de ser geral, ela se
produziu em algumas regiões onde as condições de vida lhe eram favoráveis. Nessas regiões, a
vida do homem modificou-se muito rapidamente, enquanto na maior parte do mundo o modo de
existência primitivo persistiu durante séculos, talvez milênios."

(J. Hawkes, Histoire de l'Humanité, Ed. UNESCO)

O texto refere-se à fase final do Neolítico, quando o homem desenvolveu novas técnicas e aprimorou seus
conhecimentos. Identifique as transformações ocorridas nesse período.


Responda às questões 04 e 05 utilizando o seguinte código:

a) Se apenas I e II estiverem corretas
b) Se apenas II e III estiverem corretas
c) Se apenas I e III estiverem corretas
d) Se todas estiverem corretas
e) Se todas estiverem incorretas
04. I.   A arte nasceu no Paleolítico Superior.
II.  Nas paredes de suas cavernas, os homens daquela época fizeram representações de cenas de caça.
III. A característica dessas pinturas era o naturalismo.
 

05.
I.   Traços esquematizados são características da pintura neolítica.
II.  Entre os monumentos megalíticos, destacamos os de Stonehege (Inglaterra).
III. As pedras fincadas no chão são denominadas cromlech e, quando estão dispostas em círculos,
denominam-se menires.


06.
I. As civilizações pré-históricas não se desenvolveram no mesmo período de tempo, nas várias regiões do
mundo.

II. A divisão da Pré-História não pode fundamentar-se em acontecimentos, mas nos melhoramentos das
técnicas com que eram fabricados os instrumentos.

III. Os monumentos megalíticos estariam associados ao culto dos mortos.   

a) Apenas I e II estão corretas
b) Apenas II e III estão corretas
c) Apenas I e III estão corretas
d) Todas estão corretas
e) Todas estão incorretas


07. No período Neolítico, a sociedade conheceu importantes transformações, exceto:

a) o início do processo de sedentarização;
b) a passagem do estado de selvageria para o de barbárie;
c) o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio;
d) a transição para uma economia coletora, pescadora e caçadora;
e) a utilização dos animais como força complementar à do homem.


08. "A partir de 18.000 a. C., com o fim da última Idade do Gelo, algumas regiões da Terra
começaram a conhecer um processo regular de transbordamento dos grandes cursos fluviais,
como o Tigre, Eufrates, Nilo, Indo e Amarelo, tornando possível a prática da agricultura."
a) o modo de produção escravista;
b) o modo de produção asiático;
c) o comunitarismo familiar;
d) o feudalismo despótico oriental;
e) o sistema mercantil escravista.


09. Quais os países do Oriente Médio atual que correspondem às regiões da Antigüidade Oriental,
representadas pela Mesopotâmia, Fenícia, Palestina e Pérsia, respectivamente?

a) Irã-Iraque, Arábia, Israel e Síria;
b) Iraque, Líbano, Israel e Irã;
c) Líbano, Israel, Síria e Jordânia;
d) Iraque, Líbano, Irã e Israel;
e) Israel, Irã, Iraque e Líbano.





GABARITO
As civilizações que se desenvolveram ao longo desses rios formaram no seu conjunto:01. D

02.
 O modo asiático, definido a partir da propriedade estatal das terras e do poder teocrático,  configurou-se no Oriente Médio e Próximo como produto das Revoluções Agrícola e Urbana, ocorridas no Período Neolítico.

03. Surgimento da agricultura e vida urbana.
04. D05. A06. D07. D
08. B09. B


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