segunda-feira, 9 de abril de 2012

Como surgiu o islamismo.


O islamismo surgiu no século VI na Arábia, região do Oriente Médio que era habitada na época por cerca de 5 milhões de pessoas. “Eram grupos tanto sedentários como nômades, organizados em tribos e clãs. A população era na maioria politeísta, mas existiam algumas tribos judaicas e algumas de tradição cristã”. Nesse contexto surgiu o criador do islamismo, o profeta Maomé, chamado de Muhammad pelos muçulmanos. Órfão desde cedo, ele se tornou um condutor de caravanas, o que lhe possibilitou o contato com noções básicas da religião cristã. Quando adulto, o futuro profeta passou a se dedicar a retiros espirituais e, segundo os seguidores do Islã, começou a ter visões divinas com mensagens que deveria divulgar. As primeiras pregações públicas de Maomé em Meca (sua cidade natal) tiveram pouco sucesso e geraram atritos locais.
Admirador do monoteísmo (a crença em um só deus), ele criticava uma das maiores fontes de renda de Meca: a peregrinação dos idólatras, que adoravam as várias divindades dos templos locais. Maomé passou a pregar a crença num único deus, Alá, e reuniu suas mensagens num livro sagrado para os muçulmanos, o Corão. Perseguidos em Meca, o profeta e seus adeptos fugiram para criar a primeira comunidade islâmica em Medina, um oásis próximo.
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Essa migração forçada, conhecida como Hégira, marca o início do calendário muçulmano. Aos poucos, o profeta atraiu cada vez mais seguidores até ter força para derrotar os rivais que o expulsaram de Meca.
Usando como doutrina a nova religião – que assimilava tradições judaicas, combinada a conceitos cristãos e ideais das tribos árabes –, ele conseguiu unificar toda a Arábia sob sua liderança. Após morrer, em 632, seu sogro Abu Bakr passou a conduzir a expansão do islamismo, que nos séculos seguintes se espalhou pela Europa, Ásia e África, levado não apenas por árabes, mas também por outros povos





 A economia muçulmanaA economia muçulmana baseava-se na agricultura, no artesanato e no comércio. Na agricultura, desenvolveram importantes técnicas de regadio (noras e azenhas) e introduziram-se novas culturas (o algodão, a laranja, a cana-de-açúcar, o arroz e a amoreira). Nas terras de sequeiro, cultivavam cereais, utilizando as técnicas de arroteamento. No artesanato, muito importante nas cidades muçulmanas, desenvolvem-se as manufacturas do couro, dos tecidos, das armas e a olaria, agrupadas em determinadas ruas ou bairros, onde estavam os centros de fabrico e os locais de venda (esta estrutura viria a manter-se mesmo depois da reconquista). No que respeita ao comércio, os muçulmanos estabeleceram grandes rotas comerciais, tanto terrestres, como marítimas e fluviais, que punham em comunicação o Mediterrâneo com o mar Vermelho e o oceano Índico. Vendiam para o estrangeiro produtos de artesanato e compravam matérias-primas (ferro, madeira) e especiarias no Oriente (que depois vendiam no Ocidente), desenvolvendo também um poderoso comércio de escravos.
A cultura muçulmanaOs muçulmanos assimilaram muitos conhecimentos de importantes civilizações - grega, persa, indiana e chinesa. Assim, graças a eles, conheceram-se e divulgaram-se muitas ciências e técnicas na Europa. Os grandes centros urbanos de Córdova, Toledo e Sevilha possuíam boas escolas e bibliotecas, onde se desenvolvia a astronomia, a matemática e a gramática. Foram os muçulmanos quem transmitiu aos europeus o pensamento dos homens da ciência e da filosofia grega (a obra de Aristóteles foi comentada pelo sábio cordovês Averróis e, depois, traduzida para o latim, para conhecimento da Europa). Contudo, os muçulmanos não foram apenas transmissores de conhecimentos. Também escreveram importantes obras de história e poesia e realizaram grandes avanços científicos. No campo da medicina, aperfeiçoaram o conhecimento do corpo humano e a forma de curar algumas doenças; no campo da matemática, inventaram a álgebra; os seus trabalhos de alquimia facilitaram o nascimento da química moderna. Algumas cidades portuguesas, como Lisboa, Santarém, Alcácer do Sal, Évora, Beja, Faro e Silves, foram centros intelectuais onde despontaram grandes juristas, filósofos, historiadores e poetas.

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