segunda-feira, 29 de agosto de 2011


Movimento Cultural da decada de 60 Parte II



Resumão/história - Os anos 60, a tropicália e os festivais



JOÃO BONTURI

especial para a Folha de S.Paulo

Quando norte-americanos e soviéticos disputavam a Guerra Fria, a polarização ocorria em qualquer campo.

No Brasil, em matéria de música, a bossa nova e o samba tradicional usavam instrumentos acústicos e não admitiam os eletrônicos. Cada gênero tinha o seu programa na TV Record, canal 7, de São Paulo: "O Fino da Bossa" e "Bossaudade". Do outro lado, estava a turma do iê-iê-iê, comandada por Roberto Carlos no programa "Jovem Guarda", que preenchia o fim das tardes de domingo, um espaço antes ocupado pelas transmissões ao vivo dos jogos de futebol.

Porém o impacto maior ocorreu no Festival da TV Record de 1967, quando surgiu a tropicália. A explosão de "Alegria, Alegria" e de "Domingo no Parque" pegou todos de surpresa. Ninguém entendeu o som universal proposto por Caetano Veloso e Gilberto Gil. A idéia de desestruturar e criar uma nova antropofagia foi confundida com a adição de guitarras à MPB.

Pouca gente percebeu que "Alegria, Alegria" era uma marcha, não um rock. Em "Domingo no Parque", o arranjo de Rogério Duprat mesclava guitarras, berimbau e instrumentos clássicos. Segundo Augusto de Campos, "Alegria, Alegria" traz o imprevisto da realidade urbana, múltipla e fragmentária, em que predominam substantivos-estilhaços da implosão informativa: crimes, espaçonaves, guerrilhas, cardinales, caras de presidente, beijos, pernas, bandeiras, bomba ou Brigitte Bardot.

"Domingo no Parque" também tem características cinematográficas: "O sorvete é morango, é vermelho/Oi, girando e a rosa, é vermelha/Oi, girando, girando, é vermelha/Oi, girando, girando, olha a faca/Olha o sangue na mão, ê, José".

Enquanto Caetano Veloso, de braços abertos, propunha entre os acordes das guitarras dos Beat Boys: "Por que não? Por que não?", o público não tinha idéia da revolução musical que se iniciava.



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Capa do disco de Caetano Veloso de 1969: um dos marcos do Tropicalismo

Origem do tropicalismo 


O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas cinema, poesia), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record. 
Influências e inovações
O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.
O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baiãosamba, bolero, entre outros.

As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

Críticas recebidas 
O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.

Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.

Os principais representantes do tropicalismo foram:

- Caetano Veloso
- Gilberto Gil
- Os Mutantes
- Torquato Neto
- Tom Zé
- Jorge Bem
- Gal Gosta
- Maria Bethânia

Os discos tropicalistas que mais fizeram sucesso foram:
- TROPICÁLIA ou PANIS ET CIRCENCIS - 1968 – Mutantes
- CAETANO VELOSO - 1968
- LOUVAÇÃO - 1967 - Gilberto Gil
- A BANDA TROPICALISTA DO DUPRAT - 1968 - Rogério Duprat
Músicas tropicalistas que fizeram sucesso:
- Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
- Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968)
- Panis et circencis (Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968)
- Atrás do trio elétrico, (Caetano Veloso, 1969)
- Cadê Teresa (Jorge Ben, 1969)
- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)

Conclusão 
O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes




  1. Tropicalia !

    youtube.com6 min - 28 out. 2008 - Vídeo enviado por negah30
    Trabalho de história , alunas Hellen, Cintia e Leticia.
  2. Tropicália: Uma História Verdadeira

    youtube.com7 min - 2 maio 2011 - Vídeo enviado por IndieGoRecords
    Documentary on the Tropicália movement in Brazil during the 1960's

    Tropicalia: Uma Historia Verdadeira

    youtube.com1 min - 30 abr. 2011 - Vídeo enviado por IndieGoRecords
    Trailer for my project on Tropicalia











4 comentários:

  1. Fernanda Vitória S. do Nascimento,9º ano
    O Tropicalismo foi um movimento muito importante para a música brasileira.Surgiu no Brasil no final da década de 1960 e não só atingiu a música,mas também as artes plásticas,cinemas,poesias,etc. Este movimento foi muito inovador,pois uniu aspectos da cultura nacional com inovações estéticas,como a pop art, e permitiu também a união de vários estilos músicais diferentes,como o rock,bossa nova,samba,etc.
    Muitos pensavam que as letras das músicas tropicálias eram utilizadas como arma para protestos,mas na verdade ela relatava de forma inovadora temas do cotidiano.Os tropicalistas acreditavam que só em ter essa inovação na estética musical,a música já era revolucionária.Com a inclusão do uso de guitarras,o tropicalismo foi muito criticado,pois alguns músicos acreditavam que a música brasileira iria perder sua ''origem'' e passar a ser influênciada por músicas estrangeiras.
    O tropicalismo foi um grande exemplo para as gerações musicais futuras.

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  2. Isabela Stéfane Costa de Araújo, 9°ano - O universo musical brasileiro estava saindo dos embalos da bossa nova, quando mergulhou num movimento cultural contestador e vanguardista, em plena década de 60, a Tropicália. E o país estava recém-dominado pela ditadura militar, em plena efervescência social e política. A Tropicália não era exatamente uma nova modalidade musical, mas principalmente uma renovada forma de agir e de participar do cenário cultural nacional, com ares críticos e transformadores. Não era contra a Bossa Nova que esta corrente pretendia se insurgir, mas sim contra a paisagem morna, entediante e de certa forma reacionária. Alguns artistas se deram conta, então, da necessidade de abalar este contexto, apropriando-se das guitarras vibrantes do rock ou até mesmo dos embalos da Jovem Guarda, então liderada por Roberto e Erasmo Carlos, entre outros. Nesse episódio, podia-se notar que os tropicalistas desejavam uma revolução imediata e libertadora de nossa música. A radicalização da ditadura militar acabou impedindo que aqueles artistas pudessem prosseguir com suas idéias inovadoras. Foi a partir de então que o chamado movimento tropicalista propôs um diálogo constante com as diferentes influências que estavam à disposição naquela época. A primeira aparição desses artistas aconteceu em 1968, no IV Festival Internacional da Canção da TV Globo, quando Gilberto Gil, Caetano Veloso e os Mutantes apresentaram a sugestiva canção “É proibido proibir”.

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